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Rua Prudente de Moraes, 716 - Itapetininga - SP, 18200-040

Quando, em 5 de novembro de 1770, o povoado de “Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga” foi elevado à categoria de “Vila”, existia ao final da Rua da Imperatriz (hoje Rua Venâncio Aires), o cemitério público, onde hoje está localizado o Largo do Rosário.

Por volta de 1840 iniciou-se nesse local, a construção de uma capela, na técnica da taipa de pilão, que recebeu o nome de “Capela de Santa Cruz”, servindo mais tarde como a parte posterior da Igreja Nossa Senhora do Rosário, sendo complementada com um novo corpo para a área do altar e local de oração, usando a mesma técnica de construção. Uma telha encontrada durante a reforma de 1934 ,com o dizeres “enformada em 1840 “esclarece essa questão.

A igreja foi construída no estilo colonial e inaugurada em 15 de agosto de 1873 (alguns historiadores consideram os dias 23 ou 24). Contudo, sucessivas reformas provocaram a sua descaracterização, mas mesmo assim não lhe afastaram a importância de ser a construção religiosa mais antiga da cidade que ainda está em pé. Foi construída com donativos da população e com mão de obra dos escravos que dedicaram o pouco tempo de seu descanso, para a construção de um templo onde pudessem fazer suas orações e súplicas, longe dos olhares inquisidores dos brancos, que não gostavam de dividir o mesmo espaço com escravos. Daí o nome “Igreja do Rosário dos Homens Pretos”. À frente do obra, estava Antonio Florêncio de Azevedo, ”Mestre Florêncio”, o mesmo responsável pela construção do teatro São João, hoje Loja Maçônica Firmeza.

Após a decretação da abolição da escravatura, a igreja continuou sendo ponto de orações e comemorações religiosas dos homens de cor, principalmente a festa em louvor a Nossa Senhora do Rosário, que era realizada no dia 24 de agosto. No largo do Rosário eram realizadas quermesses e as tradicionais “Congadas“ e “Moçambiques” com seus cantos e danças.

A cidade de Itapetininga tem hoje três edifícios históricos construídos com a técnica de taipa de pilão:

1 – O edifício datado de 1854, o primeiro prédio público onde funciona hoje o Centro Cultural e Histórico de Itapetininga, com o pavimento térreo em taipa de pilão e que passou recentemente por processo de recuperação estrutural. 

2 – O edifício onde hoje funciona Loja Maçônica Firmeza, antigo Teatro São João, datado de 1866, construído na técnica de taipa de pilão, sendo responsável pela construção Antonio Florêncio de Azevedo, ”Mestre Florêncio”. Esse edifício passou recentemente por uma grande reforma, que incluiu reforço estrutural por estar, assim como as outras construções com técnica de taipa de pilão aqui mencionadas, em área de grande fluxo de veículos e consequente trepidação do solo, abalando dessa forma a estrutura dessas edificações.

3 – A Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, é a mais recente das três edificações, mas nem por isso isenta dos mesmos problemas estruturais pelos quais passaram as obras anteriormente citadas. 

“Um povo sem memória é um povo sem história. E um povo sem história está fadado a cometer, no presente e no futuro, o mesmos erros do passado. ” Emília Viotti da Costa-historiadora e professora brasileira.

Post Author: Alba Regina Franco Carron Luisi

Cadeira 28, patrono Fernando Prestes de Albuquerque