A chegada a Lisboa, no dia 7 de dezembro, porém, não foi uma das mais prósperas para a família imperial. Três semanas depois, dia 28, a imperatriz Teresa Cristina pereceu devido a um infarto. Segundo a baronesa, a fatalidade foi culpa da República. “Desde que saiu do Brasil, ela mostrava-se impressionada pelos horrorosos acontecimentos tão sabidos. Eles, sem dúvida, concorreram para a sua morte”.
A constatação é corroborada com as palavras ditas pela própria imperatriz em seu leito de morte. “Não morro de doença. Morro de dor e de desgosto”. “Sinto a ausência das minhas filhas e de meus netos. Não posso abençoar pela última vez o Brasil, terra linda … não posso lá voltar”.
Dois dias mais tarde, ainda de luto pela perda, toda a Família Imperial foi enviada para o exílio na Europa. Com a morte de Teresa Cristina três semanas após sua chegada, Dom Pedro II instalou-se em Paris, enquanto Dona Isabel viajou para longe.
Sozinho e saudoso, o último imperador do Brasil passou a viver em hotéis isolados, sem qualquer resquício do luxo que um dia conheceu. Em seus diários, ele narrava sobre os sonhos recorrentes que tinha, nos quais ele voltava para o país tropical. Uma última viagem
Mesmo longe de toda a sua família, vivendo de forma solitária, Dom Pedro II continuava o aventureiro que sempre foi. Apaixonado pelo mundo, ele ainda fazia eventuais viagens e buscava explorar a região onde morava da melhor maneira possível.
Durante um passeio pelo rio Sena, então, o ex-imperador pegou um resfriado. Em questão de alguns dias, a doença se agravou, deteriorando a saúde do antigo imperador. Fraco e bastante debilitado, ele morreu no dia 5 de dezembro de 1891.
No leito de morte, fez de suas últimas palavras um desejo para o país. “Deus que me conceda esses últimos desejos”, ele enunciou, “paz e prosperidade para o Brasil”. Dentro do caixão, um pacote com amostras de terra de todas as províncias brasileiras foi colocado ao lado do corpo de Dom Pedro II.