A centenária Igreja Nossa Senhora do Rosário em diferentes períodos da história de Itapetininga SP.
IGREJA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DOS HOMENS PRETOS.
UMA CRÔNICA HISTÓRICA.
Quando, em 5 de novembro de 1770, o povoado de Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga foi elevado à categoria de Vila, existia ao final da Rua da Imperatriz (hoje Rua Venâncio Aires), o cemitério público, onde hoje está localizado o Largo do Rosário.
Por volta de 1840 iniciou-se nesse local, a construção de uma capela, na técnica da taipa de pilão, que recebeu o nome de Capela de Santa Cruz, servindo mais tarde como a parte posterior da Igreja Nossa Senhora do Rosário, sendo complementada com um novo corpo para a área do altar e local de oração, usando a mesma técnica de construção.
Uma telha encontrada durante a reforma de 1934 com os dizeres “enformada em 1840“ esclarece essa questão.
A igreja foi construída no estilo colonial e inaugurada em 15 de agosto de 1873 (alguns historiadores consideram os dias 23 e 24 como data de inauguração. Sua histórica vem acompanhada da responsabilidade de também ser a construção religiosa mais antiga da cidade que ainda está em pé.
Foi construída com donativos da população e com mão de obra dos escravos que dedicaram o pouco tempo de seu descanso para a construção de um templo onde pudessem fazer suas orações e súplicas, longe dos olhares inquisidores dos brancos, que não gostavam de dividir o mesmo espaço com escravos. Daí o nome Igreja do Rosário dos Homens Pretos.
À frente da obra, estava Antonio Florêncio de Azevedo, o Mestre Florêncio, o mesmo responsável pela construção do teatro São João.
Após a decretação da abolição da escravatura, a igreja continuou sendo ponto de orações e comemorações religiosas dos homens de cor, principalmente a festa em louvor a Nossa Senhora do Rosário, que era realizada no dia 24 de agosto.
No largo do Rosário eram realizadas quermesses e as tradicionais Congadas e Moçambiques, com seus cantos e danças.